quarta-feira, 26 de agosto de 2009

teste

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Porta-retrato



Eu roubei. Confesso que roubei. Sei que é pecado e que Deus castiga. Mas eu não resisti. Não tinha ninguém olhando. Elas estavam lá... Tão lindas, pedindo para serem minhas e eu peguei. Pequei. Peguei pra pregar na parede, ao lado das minhas conquistas. Peguei porque desde sempre elas nunca pertenceram a ninguém. Eram minhas, só que não sabiam. E agora ninguém as tiram de mim. Ele estava dormindo um sono tranquilo. Talvez sonhando com algo bom. vai ver ele nem estava lá. Na manhã fria o silêncio me fazia companhia, anunciando mais um dia que surgia. A minha vontade era de não ir. De não estar. De não ser.E elas estavam ao lado dele. Estáticas, me chamando. Olhei uma a uma, de um bloco de dezenas, fiquei só com três. Ele nem vai notar. Peguei porque todas me lembraram momentos felizes. Peguei a do bar. Peguei a o estádio. E peguei também a da praia. E ele está em todas. E ele dormindo, nem imaginou. Peguei-as não para lembrar, mas para não me esquecer de quem sou. Peguei-as dele. ninguém mandou ele ser o único que consegue revelar o que eu tenho de bonito, de sutil, de singelo. Peguei na mão. E agora me falta um lugar para pendurar meu coração, do lado destas fotos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Mundinho meia boca

Parece que ele já sabia.
Na coletiva ele disse que não era pessimista, o mundo é que era péssimo.
Mas eu, tola, não quis acreditar.
Mas duvidar da verdade não faz com que as coisas mudem e no fim, realemente, de nada adiantou... O mundo pede o “Ordinary Journalism”.
Pede mesmo?!
Eu sou teimosa, me recuso a acreditar.

Quem pede? Leitor de web não gosta de ler?
Mas que porra é essa?
Se ninguém gostasse de ler na Internet não existiria milhares de weblogs, não haveria agência online!
Eu leio jornal na Web... Gosto do impresso, de circular em vermelho as coisas importantes, mas desculpa, não tenho tempo. Quando leio material impressa leio no metrô e tenho a impressão de que não seria confortável para as outras pessoas ter o meu jornal na fuça.
Mas não, você tem que ser mediano.
Desculpem, leitores, mas eu não achei o meu diploma no lixo e não foi para ser medíocre que eu me formei.
Mas na era do jornalismo de hoje, que serve apenas como um apelo para chamar as pessoas para consumirem, como uma muleta para a publicidade, acho que só me resta a literatura e o blog. Porque, pelo menos aqui, eu posso ser livre para me recusar à moda da frivolidade, que como Saramago disse está dominando o mundo moderno.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Crise na criação

Escrever é difícil. Nunca imaginei, tampouco provei uma escrita que fosse fácil. Para alguém tão exigente quanto eu, escrever chega a ser cruel. Porque parece que sempre sobra um tantinho não dito, uma impressão sentida fadada ao esquecimento, pois não fui eficaz o suficiente para traduzi-la.

Para quem sobrevive disso, escrever é contínuo. E sendo contínuo é maçante. Para quem sobrevive disso, a escrita deve ser leve. E para isso, precisa de criatividade. Para quem escreve muito a criatividade, às vezes, falta à mente. 

Em momentos em que as palavras se escondem em montes distantes da memória, escrever de maneira despretensiosa, como faço agora, pode ser útil. Porque tem horas em que eu tenho vontade de desenhar, de pintar um quadro bem colorido e explicar em variações de vermelho, amarelo e azul tudo aquilo que eu quero dizer.

Queria que vocês tivessem o poder de ler, nas entrelinhas do meu olhar, tudo aquilo que um texto diz, e ver que, na verdade, um texto tem muito mais a dizer do que somente o que está escrito.

Sexta-feria publico mais 4 novos textos no Guia. Como alguns sabem, um deles em especial me atormenta. Mas prefiro falar dele mais tarde, somente quando me livrar deste fantasma que tomou formas e hoje representa a minha dor e minha delícia.

Agora vejo porque escrever é fascinante. Porque você se expõe, se revela e fica tão vulnerável a ponto de sentir medo de ser surpreendida pelas próprias palavras, por suas mais íntimas idéias. 

Para mim escrever é uma espécie de auto-exorcismo que expurga pensamentos tão profundos, que eu nem sabia que os tinha.

sábado, 29 de novembro de 2008

De mãos dadas

Eu preciso de coisas simples. E de gente simples.

De quem não tem grandes ambições para provar para ninguém, além de si mesmo.

Porque a vaidade nada mais é do que o nosso reflexo nos olhos dos outros.

Sinto falta do contato sincero, despretensioso, casual.

Preciso daquela luz no olhar que as pessoas simples irradiam quando soltam um sorriso (justamente para as coisas mais banais).

 Ultimamente, tenho a impressão de que a gente complica muito as coisas. Todo mundo quer tirar vantagem de tudo. Provar que é melhor que o outro, sempre e no que quer que seja.

 Ao invés de fazer as coisas de modo natural, todo mundo interpreta, dramatiza as próprias dores. No fim, atacam uns aos outros antes de qualquer ofensa. A humanidade perdeu a confiança no próprio ser humano. Você e eu também. E sem confiança não há avanço.

Fernando Meirelles




Ele tem um riso no olhar e um brilho no sorriso.
Lindo de ver.

domingo, 23 de novembro de 2008

Pensando...

"Há sem dúvida quem ame o infinito, 
Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
Há sem dúvida quem não queira nada 
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque eu amo infinitamente o finito, 
Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, 
Ou até se não puder ser..."

Álvaro de Campos